segunda-feira, 12 de novembro de 2007

As coisas até me andavam a correr bem. Tão bem que até estava a estranhar. É que comigo nada é fácil. Mas finalmente as coisas voltaram a entrar nos eixos. Quarta-feira passada fui ver Interpol ao coliseu. A propósito, não foi nada de especial. Ouvi-los ao vivo ou ouvir o CD é praticamente a mesma coisa. Com a agravante de ter que ver o concerto todo em pé, o que para mim já não dá. Em compensação os Blonde Redhead que garantiram a primeira parte, revelaram-se uma agradável surpresa. Mas voltando ao que interessa, antes do concerto fui buscar o carro à oficina. Quando ia a tirar o carro lá de dentro não reparei num portão entreaberto. O resultado foi o espelho arrancado e uma mossa na porta. Podem imaginar o ar de gozo com que o pessoal da oficina olhou para mim. Uma situação destas é como ser atropelado à saída do hospital. Mas pronto, lá se colou o espelho com fita preta e segui caminho.
Aproveitei este fim de semana para montar a cozinha nova. Apenas para chegar à conclusão que as medidas estavam erradas em 2 cm. Ou seja, tive que refazer parte do plano e embarcar em despesas extra.
Finalmente hoje, fiquei sem combustível no carro a meio da subida de Monsanto. Valeu-me a boa vontade de um colega de trabalho que foi ter comigo com duas garrafas de litro e meio de gasólio.
De volta ao normal. Já sentia falta de trapalhadas na minha vida.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Férias. São sempre boas. Berlim, Viena, Bratislava e... Palma de Maiorca. O vôo era Viena-Lisboa com escala em Palma. De Viena para Palma foi espectacular. Céu limpo, sobrevoámos os Alpes de uma ponta à outra. As malas já tinham sido despachadas directamente para Lisboa. Em Palma apenas foi necessário ir para a porta de embarque e esperar alguns minutos. Descolamos rumo a Lisboa. 30 minutos de vôo. O anuncio do Comandante: ‘technisch Problem, Palma zurück.’ Boa, vamos voltar para trás. Nova aterragem em Palma. Aguardamos dentro do avião. Os anúncios da tripulação, em alemão, inglês e espanhol dizem tratar-se de um problema de flaps. Uma alemã pro-activa (há sempre uma), de pé no corredor, vai traduzindo o alemão para inglês e o inglês para espanhol. Caiu logo no goto do teutónico da fila do lado. Pancadas surdas vindas debaixo do avião indicam que a manutenção já chegou. Passados 5 minutos dizem que temos que desembarcar. No terminal somos acolhidos por uma representante da Companhia que diz estarem a tentar resolver o problema. Apesar de tudo, a malta está tranquila. Bom, vamos fumar um cigarro. 2 horas depois, uma espanhola esbaforida aparece na porta de embarque aos gritos a chamar os passageiros para Lisboa. Parece que o problema foi resolvido e vamos embarcar imediatamente. Até que chegam à conclusão que falta a lista de passageiros. Sem lista não há embarque. Uma mulher portuguesa pergunta-lhe, em inglês, se o avião é o mesmo. A espanhola olha para ela com ar incrédulo e encolhe os ombros. Croma, fala-lhe em português que ela percebe melhor! Lá chega a lista, mas agora têm que conferir os passageiros um a um. O tempo que isto demorou... Enfim, lá descolamos novamente, mesmo avião e tripulação, animados por estarmos finalmente a caminho. Mas o avião não ganha altitude. Digo à minha companheira que acho que vamos voltar outra vez para trás. ‘Achas?!’ pergunta ela. 9000 pés nivelado. Flaps fora, flaps dentro. Fora, dentro. O anuncio. Vamos mesmo voltar para trás. O mesmo problema técnico. ‘Grosse scheiße’ gritam do lugar da frente. ‘Foda-se’ grita a minha companheira. Só penso que amanhã às 7 da manhã tenho que ir trabalhar e que estou preso numa ilha. Nova aterragem e desembarque. Desta vez o pessoal não está com contemplações. Rodeiam a representante da companhia e aos berros exigem explicações e soluções. Bem, vamos comprar bolachas e gomas. Quando chegamos à caixa a senhora pergunta se estávamos no avião que voltou. ‘Si, dos veces’. ‘Dos veces?! Madre de Dios’ exclama de olhos arregalados. Sorrimos e encolhemos os ombros. Só nos resta esperar. Três portugueses falam sobre casas de passe e ‘meninas’. O teutónico que estava sentado na fila do lado está nitidamente a fazer-se à alemã pro-activa, que por sua vez parece mais interessada numa outra alemã que vai a Lisboa ter com o namorado. Muitas horas depois lá embarcamos outra vez. Ainda ficamos 1 hora dentro do avião à espera da tripulação. Descolamos, desta vez sem problemas. Chegamos a Lisboa às 11 da noite. Era suposto chegar à 3 da tarde. Enfim, mais uma história para contar aos neto.