quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Nunca tive o hábito de festejar o Dia dos Namorados. Aliás, abomino toda a exploração comercial à volta deste dia.
Mas este ano foi diferente. Aproveitei o dia como pretexto para algo diferente.
Primeiro passo, comprar um presente. Entro na loja, escolho o que quero. A rapariga da caixa vê-se aflita para fazer um embrulho decente. A senhora que aguardava a sua vez para pagar resolve deitar mãos à obra. Qual supervisora de operações de embrulho. ‘Ponha dentro daquele saco, corte as asas. Depois ponha tudo dentro do outro saco. Deixe que ajudo.’ Do alto da minha ingenuidade agradeço a ajuda mas afirmo que afinal de contas o presente não é o mais importante. A resposta da senhora foi pronta e expontânea. ‘Pois, os olhos também comem.’ Fiquei mudo a olhar para ela, sem perceber se aquilo se referia a mim ou ao embrulho. Paguei à pressa e saí da loja com um embrulho feito às três pancadas.
Segundo passo, jantar à luz das velas. Em minha casa e eu cozinho. Uma tábua de queijos variados para aguçar o paladar. Salmão grelhado, brócolos e espinafres salteados. Tudo regado com um bom vinho tinto. Gelado e morangos para a sobremesa. Comemos à luz das velas, entre risos e conversa. Dentro do espírito do dia, fui ao meu baú de recordações e tirei as cartas de amores adolescentes. Foi um fartote. Tanta ingenuidade escrita. Dançámos ao som de Ella Fitzgerald, murmurámos as letras. Caímos no sofá. Abraçados, trocámos pensamentos. Até o CD terminar.
Fui uma noite fabulosa e diferente. O meu espírito está em paz e estou feliz. Mas torna-se difícil. Viver um dia de cada vez.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Ok, admito. Sou um bocado esquisito. Sou assim, nada a fazer.
Precisava de umas calças novas. Mas não me apetecia entrar numa loja, escolher, experimentar, medir a bainha e esperar cerca de 2 dias para finalmente as poder vestir. Embuído do mais puro espírito consumista dirigi-me ao hiper mais próximo. Dilema imediato. Qual o meu numero? Ora bem, se eu calço o 41 de certeza que visto para aí o 40, 41. Lógico, não é? Para ter a certeza retiro as calças do cabide e seguro-as à minha frente, alinhando-as pela cintura. Parece-me bem. Levo estas.
Chego a casa todo orgulhoso. Experimento as calças. Cabem 3 dedos na cintura e ainda tenho que crescer à vontade 5 cm. Nada de pânico. Tudo tem solução. Ponho as calças na máquina de lavar e escolho um programa a 60º. Na boa. De certeza que depois de encolherem vão assentar que nem uma luva. 1 dia para secarem. Experimento de novo. Os mesmos 3 dedos. E definitivamente não cresci.
Teimoso. No dia seguinte vou trabalhar com as calças novas. Passei o dia a puxar as calças para cima e a pisar a bainha.
Não dá. Vou ter que comprar outras. Mas desta vez numa loja. Vou experimentar, medir a bainha e esperar 2 dias.
Entretanto tenho umas calças novinhas em folhar para dar a quem vista o 41.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Bom, isto de andar feliz tem que se lhe diga. Não que me queixe. Longe disso. Mas tenho que reconhecer que as prioridades mudam.
Para começar, o blog. Muita coisa gostaria de escrever. Mas não posso. Não para já. E não me apetece escrever sobre outras coisas.
Depois, o dia a dia. Outros locais, outras pessoas, um ritmo completamente diferente. A minha mãe já começou a estranhar tantas faltas ao jantar.
Ando sempre atento aos mails que chegam. Alguns provocam um sorriso. Os meus colegas de trabalho olham para mim de lado e perguntam se estou bem. Alguns inclinam-se para espreitar. Minimizar janelas em tempo recorde tornou-se hábito. Para meu espanto, voltei a corar. De vez em quando lá fico vermelho como um tomate. Felizmente nisso ainda ninguém reparou.
Nunca mais tratei de instalar o exaustor na cozinha, de pedir ao Sr. Zé para me vir retocar as paredes, de trocar o espelho da casa de banho, de arrumar a dispensa. Já devia ter pago o condominio e a factura da internet. A roupa para passar a ferro jaz num monte intimidador. A papelada para o IRS está espalhada por duas gavetas. Ao tempo que ando para carregar fotos no hi5.
Mas tudo isso pode esperar. A felicidade é que não. :)

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Quinta-feira estive num jantar de despedida. Um colega de trabalho que parte à conquista do seu sonho. Que seja muito feliz. Ele é o exemplo perfeito de que nunca devemos desistir dos nossos sonhos.
A noite anterior tinha sido curta. Confesso que não estava com muita energia. Mas tratando-se de um colega de longa data achei meu dever comparecer. Restaurante típico. Algumas sangrias mais tarde estava como novo. Boa oportunidade para estar com amigos, alguns dos quais não via há bastante tempo. Ouvimos cantar o Fado. Depois de bastante sagria, a coisa torna-se algo deprimente.
Todos para as docas. Um bar quase vazio e música de casamento. Não interessa. Dancei como se não houvesse amanhã. Até reparar nas horas. 5 e meia da manhã. Bolas. É suposto ir trabalhar às 7. Apressei-me para casa. A ideia era tomar banho, mudar de roupa e sair. Cheguei e sentei-me um pouco no sofá. Não me lembro de fechar os olhos. Quando os abri estava na cama, vestido com casaco e tudo. Que se dane o banho. Lavei-me como pude e troquei de roupa. A manhã foi longa, muito longa. Curiosamente após o almoço despertei. Era para ter saído mais cedo, mas acabei por chegar a casa por volta das 7. Tinha encontro marcado para as 9. Não dormi e passei longos minutos no duche. Comi um hamburger à pressa, já na rua.
Fomos tomar café ao Casino de Lisboa. Conversa super agradável. Até reparar que já era meia-noite. Quando finalmente adormeci era muito mais tarde...
Despertei feliz e em paz. Arranjei-me ao som de Sade. Um convite inesperado para jantar. A tarde passou entre chás exóticos, mobilias chinesas e o stress de comprar queijos e vinho num hiper. O Jantar foi animado. Até reparar que já passava da 1 da manhã.
Definitivamente, a primavera chegou a mim. Sinto-me jovem e cheio de energia. E com um desejo enorme de comer morangos.