quarta-feira, 5 de março de 2008

Já fiz várias viagens nos Estados Unidos, mas nenhuma como esta. A sério, foi alucinante. Não sei porquê, desde o momento em que foi feita a marcação que pressentia que ia correr mal. Se não vejamos; Lisboa-Newark. 2 horas e meia de ligação para Atlanta e aí 55 minutos de ligação para Savannah.
As coisas começaram a correr mal logo à saída de Lisboa. O vôo saiu atrasado e a situação ainda se agravou mais quando estivemos cerca de 45 minutos em espera para aterrar em Newark. Ou seja, 2 horas e meia de ligação ficaram reduzidas a pouco mais de 1 hora. O que num aeroporto como o de Newark é meio caminho andado para se perder um vôo. Começa então a saga. Habitual interrogatório na Alfândega, feito com a maior das calmas e sem pressa. Verificação rigorosa do passaporte, complementado pela tomada de impressões digitais e fotografia. Lá agrafaram a folha verde do visto ao passaporte e saio disparado para o tapete das malas. Agarro na mala e lá vou eu direito ao tapete seguinte, onde se devem colocar as malas em ligação. Antes, porém, ainda tive mostrar o passaporte e o bilhete a um senhor com cara de poucos amigos. Lá largo a mala no tapete das transferências. Não resisti e venho para a rua fumar um cigarro em 30 segundos. Dirijo-me então para o terminal. Mostro o bilhete e o passaporte mais uma vez. Tiro o cinto, sapatos, casaco e todos os demais objectos que trago nos bolsos. Passo pelo detector de metais e mais uma vez mostro o bilhete e o passaporte. Calço os sapatos, agarro nas coisas todas e lá me vou arranjando como posso a caminho da porta de embarque, apenas para descobrir que o vôo está atrasado. Quando aterrei em Atlanta tinha 25 minutos para apanhar a ligação para Savannah. Para quem não conhece, Atlanta é só um dos maiores aeroportos do mundo. E a porta de embarque para Savannah ficava literalmente na outra ponta do terminal. Lembram-se do Forrest Gump? Daquela parte em que ele desata a correr que nem um louco? Era o que eu parecia a correr pelo terminal fora! Juro que alguém gritou ‘Run Forrest, run!’. Milagrosamente apanhei o avião. Cheguei a Savannah e descobri que a minha mala não teve a mesma sorte. Quando pensava que a situação não podia piorar, o hotel estava ‘overbooked’ e não tinham quarto para mim. Graças a Deus o meu amigo Manel tinha 2 camas no quarto e assim não tive que mudar de hotel.
Mas no meio disto tudo é impossível ficar chateado. Eles sabem realmente como atender um cliente. Fazem-nos sentir únicos. No caso da mala, demorei 5 min a reportar o caso, descobriram logo onde tinha ficado a mala e comprometeram-se a entregá-la no próprio dia no hotel. Tudo isto sempre com um sorriso nos lábios! Atenciosos como sempre, ligara-me às 3 da manhã a dizer que a mala já estava no hotel. Enfim, ninguém é perfeito. O hotel deu-me um quarto logo no dia seguinte e a partir daí trataram-me sempre pelo nome. Com o pormenor de que quando cheguei ao quarto, tinha a luz acesa, o rádio ligado com música ambiente, uma carta de desculpas e um cesto cheio de guloseimas.
No regresso a ideia era sair de Savannah 6ª feira à tarde para Nova Iorque, passar aí o fim-de-semana e regressar a Lisboa no Domingo. Parecia simples até o vôo para Nova Iorque ter sido cancelado devido ao mau tempo. Mais uma vez fui surpreendido pela eficiência demostrada. Dirigi-me ao balcão da companhia aérea, marcaram-me no primeiro vôo da manhã seguinte, deram-me um voucher para o hotel e outro com 14 USD para uma refeição. Isto tudo demorou 5 minutos! A sério, uma pessoa fica desarmada, nem tem lata de reclamar.
Na manhã seguinte lá descolei rumo a Nova Iorque, após ameaça de avaria técnica no avião, com passageiros já a bordo, felizmente resolvida em poucos minutos.

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