terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Até nem correu mal o almoço com o meu amigo.
Acordei cedo hoje. Nem sei porquê. Levantei-me e fui à cozinha. Espreitei pela janela. E voltei para a cama. Adormeci. Acordei às 20 para o meio-dia. O almoço estava combinado para a 1. Lavei-me e vesti-me. Não tomei o pequeno-almoço. Saí de casa apesar de tudo sem pressa. Parei para tomar um café. O sítio do costume. Já me conhecem. Assim que entrei já estavam a tirar o café. Foi-me posto à frente sem mesmo o pedir. Já as moedas estavam em cima do balcão. Agradeci e bebi o café. Tem sido assim ultimamente…
Dirigi-me ao local combinado. Estacionei e enquanto caminhava fiz algumas chamadas e troquei algumas mensagens. Praticamente não via para onde ia. As pessoas olhavam para mim com algum espanto. Estou habituado. Inerências profissionais. Já fiz compras num hiper sempre ao telefone. ‘Não faz? E os vendors? 25000 euros? Vê se dá para trocar com outra coisa’. Ao mesmo temnpo tirava um pack de Frize da prateleira. E as pessoas a pensarem que eu sou maluquinho.
Cheguei em cima da hora, ele chegou segundos depois.
Comprimentou-me como se não me visse desde ontem.
De resto tudo normal. Conversa de circunstãncia.
Mas o que mais me impressionou foi o facto de ele estar exactamente como eu estava há uns tempos atrás. Completamente acomodado ao casamento e à rotina. Sem entusiasmo, sem vida.
Porque será que nos tornamos zombies depois do casamento? Será que os padres nos drogam com o vinho da comunhão? A tinta do notário contém alguma bactéria demolidora de personalidades?
Uma coisa é certa, se voltar a casar isso nunca irá acontecer. Primeiro porque já não posso voltar à Igreja. Depois porque assino com luvas cirurgicas e caneta devidamente esterilizada.
Quando cheguei ao carro tinha perdido o cartão do parque. Dirigi-me à recepção a pensar que ia pagar uma multa absurda. A mulherzinha perguntou-me a que horas tinha entrado. Lá lhe disse que tinha sido por volta do meio-dia. Ela pegou num cartão com uma marca de sola de sapato. ‘Meio-dia e dezasseis. Está com sorte, alguém o encontrou.’
Sorte foi ter estado com o meu amigo, pensei eu…

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